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Foto do escritorespaco horizonte

A Dama do Grito




Florence Foster Jenkins (19/07/1868 – 26/11/1964), também conhecida como “Dama do Grito”, “Anti Callas” entre outras expressões pejorativas, foi, ao que considero, uma verdadeira devota de sua paixão: a Ópera, ainda que, pelas críticas da época e pelos registros disponíveis de suas interpretações, não tivesse nenhum talento.


Nascida Narcissa Florence Foster, foi uma socialite e soprano amadora estadunidense, conhecida e ridicularizada por sua habilidade de cantar pobre e pelas roupas bizarras de suas performances.


Desde criança, manifestou o desejo de seguir a carreira de cantora lírica. O pai, um banqueiro bem-sucedido, ao notar o resultado das primeiras aulas de canto da filha, recusou-se a continuar pagando seus estudos. Florence não desistiu. Aos 17 anos, fugiu de casa para continuar dedicando-se à arte de cantar. Casou-se, descasou-se e ficou na pior até o pai aceitá-la de volta, com a condição de que desistisse de cantar. Ela topou e foi assim até completar 41 anos, quando o pai morreu e Florence herdou grande parte de sua fortuna, a qual investiu em sua carreira para mostrar ao mundo sua indomável voz.





O filme Sobre Florence estrelado por Meryl Streep.



Três anos depois, ela já estava dando seu primeiro recital anual no Ritz... Tinha inquebrantável segurança de seu talento e dispunha-se a cantar as árias mais difíceis do repertório clássico. Aos 75 anos, viajando num táxi, sofreu um acidente no trânsito. Os amigos tentaram convencê-la a processar o motorista. Ela preferiu enviar-lhe uma caixa de charutos. Adquiriu a crença de que, depois do desastre, conseguia emitir um fá maior melhor do que nunca. Os amigos temeram também a gravação dos discos. Acreditavam que, se ela se ouvisse, perceberia o quanto cantava mal. Mas Florence não se deu conta. Achava que os discos revelariam seu talento para gerações futuras, seriam como um souvenir de sua arte.


Tinha 76 anos quando aceitou se apresentar a um público maior que o dos recitais no Ritz e estrelou um concerto no prestigioso Carnegie Hall. Feito o anúncio, os ingressos se esgotaram em poucas horas. Mais de duas mil pessoas voltaram da porta do teatro, na noite de 25 de outubro de 1944, depois de tentar comprar algum ingresso de desistentes.


Entre uma música e outra havia intervalos enormes para Florence mudar de figurino. Sua roupa com asas — ela chamava de “Angel of inspiration” — tornou-se um clássico. Conta-se que a atriz Tallulah Bankhead riu tanto durante a apresentação que teve que ser retirada do teatro.



O lendário figurino “Angel of inspiration



Cinco dias após o concerto, Jenkins sofreu um ataque cardíaco e morreu um mês depois em 26 de novembro de 1944, aos 76 anos, em sua casa em Manhattan.


Sua história de vida deu origem à musicais e filmes, dentre eles, um que leva seu nome, estrelado por ninguém menos que Meryl Streep e também “Marguerite”, interpretado pela atriz francesa Catherine Frot.


Performances de Florence, podem ser ouvidas pelo Youtube, sendo uma das que considero mais divertidas quanto à forma de interpretar “Queen of the Night” de Mozart.


Ao meu ver, por tudo o que pesquisei e conheci sobre Florence, ainda que existam opiniões contrárias, muito distante de ter sido uma pessoa “sem noção” ou com péssima autocritica, foi na verdade um ser humano que persistiu em sua paixão. .Seu legado vai além das péssimas interpretações que fez e gravou, pois, seu maior objetivo com tudo o que fazia, era ajudar aos necessitados, sendo toda renda obtida com suas apresentações, revertidas em prol da caridade, ato este, de muito maior importância que sua falta de talento. Portanto, tape os ouvidos e abra o coração!





Você Sabia?




Foto: Em primeiro plano a famosa Mesquita Azul em Istambul e ao fundo o Canal do Bósforo.


Istambul na Turquia é a única cidade do mundo que se situa em dois continentes. No meio da cidade passa um rio, que na verdade é o estreito do Bósforo que une o mar Negro ao mar de Mármara. Então do lado oeste é Europa e do lado este é Ásia!





Para Refletir:





“Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.


Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.


As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.


Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.


Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.


No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!” (Borboletas – Mário Quintana)




Matéria de David Faria para o Jornal Horizonte



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