Em minha primeira viagem ao Egito, que não foi nada menos que a realização de um sonho, conheci as Pirâmides de Gizé, Abu Simbel, Alexandria entre tantos outros locais que me fizeram entender a expressão “obras faraônicas”. Percebi que os 14 dias que lá passei foram insuficientes para absorver satisfatoriamente as histórias daquela terra, cuja importância sempre nutri, pelo que voltei e oxalá voltarei, para aprender in loco um pouco mais.
Após desembarcar no aeroporto do Cairo, pegar um trem até Aswan e de lá, um cruzeiro pelo Nilo, cheguei em Luxor, onde, se existem vidas passadas, certamente vivi. Local da antiga Tebas, Luxor é considerada “o maior museu a céu aberto do mundo” e foi lá, após passar dias conhecendo o Vale dos Reis e das Rainhas que conheci um templo, diferente de todos os outros, conhecido por Djeser-Djeseru ("A maravilha das maravilhas").
Este colunista em visita ao local de descanso de Hatchepsute
O templo foi construído por Hateshepsute e foi dedicado aos deuses Amom, Anúbis e Hator, com a finalidade de ser seu local mortuário, contudo, mais impressionante que o templo, é a história de sua construtora.
Filha de Tutmés I, que a designou como herdeira, Hatshepsute teve de se casar com o irmão Tutmés II e conformar-se com um papel secundário. Depois da morte do seu esposo, Hatshepsute assumiu aos poucos todo o poder até se autoproclamar faraó.
No Antigo Egito, o faraó ostentava um poder absoluto. Concentrava em si toda a autoridade política e religiosa. Para os seus súbditos, era um deus na terra, descendente do ser supremo que criara o mundo na origem dos tempos e só ele podia manter a ordem em tudo o que era criado. Para os egípcios, era natural que uma função com essa autoridade fosse exercida por um homem.
Os reis eram identificados com Hórus, o deus celeste da mitologia egípcia, representado como um homem com cabeça de falcão. No entanto, sabemos que, ao longo da história egípcia, algumas mulheres superaram a sua condição de esposas ou mães e ocuparam o trono real.
O templo
De todas elas, a que mais se destaca na história do Egito –com exceção da famosa Cleópatra – foi Hatshepsute, no início da XVIII dinastia, fundada em 1552 a.C. Filha e esposa de reis, Hatshepsute governou o Egito durante um longo período e fê-lo sozinha: não se limitou a assegurar a regência de um faraó menor de idade, como sucedeu com outras rainhas. Ao invés, apresentou-se ela própria como faraó, adotando uma postura firme e autoritária que a distinguiu de outras rainhas e a consagrou na história pois foi a única mulher proclamada Faraó.
Foto da capa: Escultura em Granito de Hatshepsute vestida como Faraó
2- Para Refletir:
“Nunca se sinta derrotado diante dos obstáculos. A cada adversidade que se abater sobre você, a cada obstáculo, por mais difícil que se apresente, faça deles um degrau para atingir um lugar melhor, com mais visão e maturidade. A derrota não existe, a não ser que você aceite. Comece e recomece sempre. É assim que se constrói sempre. É assim que se constrói uma vida feliz!” (provérbio árabe).
Matéria de David Faria para o Jornal Espaço Horizonte
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