Prato típico da culinária francesa, que consiste em carne de galo, ou frango, preparada no vinho tinto.
Na receita original, o vinho tinto utilizado é um Pinot Noir da Borgonha. Mas existem versões com vinho branco, como o Coq au Vin Blanc d’Alsace, que leva Riesling.
Além do frango e do vinho, a preparação do Coq au Vin também conta com cebola, cenoura, salsão, bacon e cogumelos do tipo champignon, além de um ritual correto em todo seu preparo.
Até a metade do século XX o Coq au Vin ainda era pouco conhecido fora da França.
Isso mudou em 1961, com a publicação do livro “A Arte da Culinária Francesa”, de Julia Child, que apresentou o prato para o público dos Estados Unidos, propagando a receita para os diversos cantos do mundo, porém sua origem é muito, mas muito mais antiga.
Contar a história e origem do Coq au Vin francês, é ir ao fundo das civilizações Europeias.
Consta a lenda, que em 50 a.C., os gauleses liderados por Vercingetórix estavam em guerra contra os romanos sob o comando de Júlio Cesar.
Após um longo tempo de batalhas e enorme baixa entre os combatentes, Vercingetórix enviou à Júlio Cesar um galo como presente, tendo recebido como resposta um convite para jantar, onde o prato servido foi justamente o galo, cozido ao vinho, que era nada menos que o símbolo de Roma.
É uma versão histórica, dentre tantas outras, mas a certeza é a de que se tornou um prato delicioso, aromático e de sabor inigualável. Se preparado com galo, exige um longo tempo de cozimento, para que sua carne apesar de tenra fique macia, porem atualmente o frango vem substituindo a proteína original, o que acelera todo o processo de execução.
Quando o preparo, geralmente em nossas quintas feiras onde são apresentados os “Clássicos do Velho Mundo” no Ajê (meu bistrô especializado em frutos do mar e cozinha internacional, localizado em Belo Horizonte), ou em eventos que o elegem entre os pratos principais, sua execução obedece um ritual, onde são aplicadas as técnicas francesas do “Le Cordon Bleu”, onde estudei e continuamente me atualizo, além de observadas todas as características deste clássico. Desde o corte dos legumes, ao vinho utilizado os padrões seguem àqueles da receita original, afinal, como não canso de defender: clássico é clássico, merece e deve ser respeitado!
Para Refletir:
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”.
( Clarice Lispector)
Matéria de David Faria para o Jornal @espacohorizonte
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