Dia Nacional do Diabetes (26): mais de 50% dos brasileiros desconhecem que têm a doença
Condição pode afetar a visão de forma irreversível, alerta a oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais
O relatório do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes revela que 62% de todos os novos casos de diabetes tipo 1 em 2022 ocorreram em pessoas com 20 anos ou mais. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), por aqui mais de 50% da população não sabe que tem a doença crônica e silenciosa que pode afetar vários órgãos, inclusive os olhos.
“Na retina, a condição pode causar a retinopatia diabética (RD) que, ao longo dos anos, se não for tratada e bem acompanhada, passará por vários estágios até a cegueira. Ainda na retina, existe uma condição chamada de edema macular diabético (EMD), que pode se manifestar em qualquer fase da RD e gerar uma baixa de visão. Contudo, o EMD tem tratamento quando é diagnosticado precocemente, apresentando bons resultados e melhora visual”, alerta a Dra. Paula Veloso Avelar Ribeiro, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG), especialista em retina e uveíte.
Dra. Paula Veloso Avelar Ribeiro
O diabetes é ainda fator de risco para outras doenças oculares, como glaucoma e catarata, como descreve a oftalmologista. “Ambas podem ocorrer simultaneamente à retinopatia diabética, ou de forma isolada, e têm potencial para levar à perda da visão. Embora o tratamento da catarata seja definitivo, o do glaucoma pode exigir controle por tempo indeterminado. Vale lembrar que outros aspectos podem causar o glaucoma e a catarata, tais como, idade avançada, uso de algumas medicações de forma crônica e doenças inflamatórias oculares (uveítes e traumas oculares). O glaucoma também está associado à etnia e história familiar; a catarata está fortemente ligada ao estilo de vida, como exposição excessiva ao sol e tabagismo, e a doenças autoimunes”.
Para evitar o comprometimento da visão é necessário um bom controle do diabetes e cuidados redobrados na existência de acometimento oftalmológico. “Cabe ressaltar que cada doença e seu respectivo estágio têm abordagens diferentes. Para a retinopatia diabética, emprego de laser; para glaucoma, uso de colírios e cirurgia para remoção da catarata. Quando essas doenças não são diagnosticadas ou tratadas a tempo, o paciente pode evoluir para uma baixa visual transitória e, em casos mais graves, cegueira”, informa Dra. Paula Veloso Avelar Ribeiro.
A especialista recomenda a adoção de comportamentos protetores, como manter uma alimentação balanceada, praticar atividade física, evitar o tabagismo, fazer um bom controle de doenças crônicas, usar óculos escuros com filtro UV, não se automedicar, seja com comprimidos ou colírios, e realizar consultas periódicas com um oftalmologista.
Matéria publicada no Jornal Horizonte
Fonte: @infinitacomunicacao
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