Matéria de Rachel Capucio
Com o aumento dos fluxos migratórios ao redor do mundo, o direito internacional e imigratório têm ganhado destaque como áreas cruciais para a gestão de questões complexas e humanitárias. De guerras e perseguições políticas a crises econômicas e mudanças climáticas, os motivos que levam milhões de pessoas a deixarem seus países de origem são variados, e o sistema jurídico internacional enfrenta o desafio de responder de maneira justa e eficaz a esses movimentos.
O direito internacional e imigratório rege as normas e tratados que determinam como os países devem tratar os estrangeiros em seu território, regulando o ingresso, a permanência, a expulsão e a proteção de refugiados e migrantes. Instrumentos como a Convenção de Genebra de 1951, que estabelece o estatuto dos refugiados, e o Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular de 2018, são exemplos de esforços multilaterais para criar um marco comum de direitos e obrigações.
No entanto, a aplicação desses instrumentos enfrenta desafios significativos. A crescente onda de nacionalismo e políticas migratórias restritivas em várias partes do mundo tem dificultado a implementação de normas internacionais, muitas vezes em detrimento dos direitos humanos dos migrantes e refugiados. Casos de detenções prolongadas, deportações arbitrárias e condições precárias em centros de acolhimento são exemplos de violações que ocorrem em diferentes países.
Além disso, a pandemia de COVID-19 agravou ainda mais a situação dos migrantes, com o fechamento de fronteiras e a intensificação de controles de mobilidade, gerando novos obstáculos para aqueles que buscam refúgio ou melhores condições de vida em outros países. O impacto desproporcional sobre migrantes irregulares, muitas vezes excluídos de sistemas de saúde e de proteção social, evidenciou a vulnerabilidade deste grupo.
No Brasil, o direito imigratório é regido pela Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017), que visa promover a integração dos migrantes e proteger seus direitos. O país, historicamente um destino para imigrantes de várias partes do mundo, tem se posicionado como um defensor dos direitos humanos no cenário internacional, mas enfrenta desafios internos, como a necessidade de aprimorar suas políticas de acolhimento e integração.
Especialistas apontam que a cooperação internacional é fundamental para lidar com as questões migratórias de forma humanitária e ordenada. A adoção de políticas inclusivas, a harmonização de legislações e o fortalecimento de mecanismos de proteção são passos essenciais para garantir que o direito internacional e imigratório cumpra seu papel de proteger aqueles que estão em movimento.
À medida que o mundo continua a enfrentar crises que impulsionam a migração, a discussão sobre o direito internacional e imigratório permanece central. O equilíbrio entre a soberania nacional e a responsabilidade internacional de proteger os direitos dos migrantes e refugiados é um desafio contínuo, e o sucesso depende de um compromisso coletivo para construir pontes em vez de barreiras.
Foto: Pinterest
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