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Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão – Marília de Dirceu




Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, nascida em Villa Rica aos 8 de novembro de 1767, conhecida como Marília de Dirceu, foi uma das mulheres envolvidas na Inconfidência Mineira, noiva do inconfidente, jurista e poeta Tomás Antônio Gonzaga, que se apaixonou pela menina Marilia logo que chegou de Portugal, em 1782. Maria Dorotéia foi eternizada nos versos da obra emblemática “Marília de Dirceu”.


Vejamos alguns versos de Tomás Antônio Gonzaga:

(...)

Porém se os justos céus, por fins ocultos,

em tão tirano mal me não socorrem;

verás então, que os sábios,

bem como vivem, morrem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,

tu, formosa Marília, bem o sabes:

um coração..., e basta,

onde tu mesma cabes.

(...)


Maria Doroteia pertencia a uma família das mais tradicionais em Villa Rica, seu pai, o Capitão de Cavalaria Baltazar João Mayrink (este amigo de Tiradentes) e de Maria Doroteia Joaquina de Seixas Ferrão (mãe) perdeu a mãe muito cedo e foi criada pelos tios e tias.


Aos quinze anos conhece Tomás Antônio Gonzaga, sendo paixão a primeira vista, porém a diferença de idade e por ser de família tradicional no início o relacionamento não foi bem aceito.


O encantamento por Maria Doroteia resultou no poema lírico intitulado Marília de Dirceu. Em um dos versos o pastor declara à pastora:


Mal vi o teu rosto, O sangue gelou-se, A língua prendeu-se, Tremi e mudou-se Das faces a cor. Marília, escuta Um triste pastor.


Doroteia, confidente de Tomás, certamente sabia dos planos dos conjurados mineiros, ouvia as conversas, já que seus parentes também estavam envolvidos diretamente com a conjura e seu amado, era um dos cabeças!


A vida desta menina, que logo se tornaria mulher pela força do destino, pois seu amado lhe seria tomado, por força de uma delação!


Gonzaga fora preso! Doroteia tem seu amor arrastado para as prisões do Rio de Janeiro, mas a menina não treme! Acompanha os trâmites, e tenta intervir em favor de seu amado noivo, porém seus esforços foram inúteis, já que a sentença já havia sido proferida.


Vai para além mar seu amado Dirceu.


Marilia se recolhe em uma de suas propriedades localizada em Itaverava (MG), fugindo assim das más línguas e dos olhares maldosos.


Novamente o destino é cruel com Marilia, ela tem noticias que Tomás se casa em Moçambique. Juliana Mascarenhas é o nome de sua esposa, e Marilia desde então não se entrega a mais nenhum amor.

Maria Doroteia Joaquina de Seixas falece em Villa Rica, com 86 anos, aos 10 de fevereiro de 1853.


Marilia viu o sonho de seu amado noivo se realizar, o Brasil se tornou independente de Portugal, segundo relatos, Marilia assim que soube da boa nova ascendeu velas por toda sua casa em memória dos conjurados mineiros.


No Museu da Inconfidência podem ser reverenciados seus restos mortais, trasladados que foram da Igreja Matriz da Conceição de Antônio Dias, para que ficasse próximo ao seu amado noivo, Tomás Antônio Gonzaga.




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