Acredite se quiser: há pessoas que têm medo de vinho, e não estamos falando do medo de uma taça vazia! Quem sofre de enofobia pode ter diferentes graus de medo.
A enofobia ainda pode ser encarada como uma fobia social, uma vez que impede a pessoa de frequentar alguns locais onde a bebida está presente, ou até mesmo pessoas falando sobre vinhos, ou ainda o receio de escolher um vinho errado para um jantar, passando pelo medo de ser intoxicado pela bebida até o extremo de não poder sequer ver vinho derramado sobre uma mesa.
Muitas vezes estes receios de não entender a bebida, por conta de terminologias próprias do assunto, ou de pessoas que se fazem de entendidos e acabam gerando a falsa ideia do vinho ser algo muito difícil de avaliar e apenas para especialistas profissionais, por acreditarem que é algo muito sofisticado, criando uma nuvem nebulosa sob a cabeça dos iniciantes na bebida de Baco.
Para descomplicar as coisas vamos desmistificar alguns conceitos que “enochatos” gostam de proclamar:
OS MELHORES VINHOS SÃO OS CAROS
O dinheiro é algo que sempre pesa nas nossas escolhas. Assim, muitas vezes nem pensamos em comprar vinho por achar que apenas os caros que são bons.
Mas isso é uma grande mentira! Existem muitos rótulos acessíveis que estão constantemente em listas de melhores vinhos.
É claro que as colheitas mais raras e as produções mais demoradas são as que geralmente são mais caras. O que nem sempre é receita para um bom resultado. O jeito, então, é pesquisar uvas boas e marcas baratas já consolidadas no mercado, e aproveitar um bom vinho gastando pouco. Leve em conta o seu gosto e o seu bolso!
VINHO É UMA BEBIDA CHIQUE E CHEIA DE REGRAS PARA BEBER
Essa é uma das maiores mentiras sobre o vinho e que impedem muito as pessoas de beber. Não é preciso ser um grande entendedor de vinho para bebê-lo.
Para decidir seu gosto, tudo o que você precisa é experimentar e descobrir o que você gosta, sem se importar com as “normas” de especialista se você quer apenas beber.
Aproveite o momento, faça dele motivo de encantamento e prazer! O vinho serve pra inúmeros momentos e não precisa de ocasiões chiques e especiais para ser saboreado. Saboreie uma taça de vinho e veja como o pôr do sol fica mais lindo, ou uma noite mais estrelada!
VINHO DÁ MUITA RESSACA
Mais um mito que assusta as pessoas sobre essa bebida. Consumindo com moderação, o vinho não irá causar ressaca.
Essa é, inclusive, a regra para todas as bebidas alcoólicas. Mas se você tem sensibilidade para a ressaca, uma boa dica é evitar vinhos muito doces.
Outro conselho que damos também é intercalar as taças de vinho com copos d’água. Se hidratar nunca é demais e vai te ajudar a prevenir a ressaca. Pronto, agora você já pode largar o medo e saborear seu vinho tranquilamente!
VINHO ENGORDA
Vinho não possui um rótulo com informações nutricionais, isso por ser uma bebida, e não um alimento. Por isso, é difícil comprovar com certeza se ele engorda ou não. Mas ele é uma bebida produzida a partir da fermentação natural da uva - ou seja, não tem muitos elementos não naturais. Especialistas afirmam que as calorias podem variar de 110 a 330 em uma taça de 170 mL.
Se você está realmente preocupado em engordar, os mais indicados são os vinhos brancos, que geralmente contêm menos calorias. E, claro, o segredo também está sempre na quantidade que você beber. Beba com moderação!
E vale aquela boa lembrança, o que às vezes está engordando é o que você come enquanto saboreia uma boa taça de vinho!
APENAS VINHOS FEITOS COM UM TIPO DE UVA SÃO BONS
Os especialistas garantem que não é preciso que um vinho seja feito somente de um tipo de uva (Malbec ou Cabernet Sauvignon, por exemplo) para que seja bom.
A mistura de mais de um tipo de uva (chamada de assemblage, ou corte) pode, sim, render ótimos vinhos resultando em bebidas super harmoniosas e elegantes.
Um dos melhores exemplos de vinhos de misturas de uvas são os Champagnes (em geral uma mistura de Chardonnay + Pino Noir + Pinot Menieur) e os Bordeaux (mistura de Cabernet Sauvignon + Merlot + Cabernet Franc).
O VINHO BRANCO É EXCLUSIVAMENTE PRODUZIDO COM RECURSO A UVAS BRANCAS
O vinho branco também pode ser produzido a partir de uvas tintas. Serão uvas tintas preferencialmente não tintureiras, e não devendo a pele (ou casca) entrar em contacto com o mosto.
Explicando melhor: Nem sempre se faz vinho branco apenas de uvas brancas. É possível fazer vinho branco com uvas tintas, basta fermentá-las sem a casca (pois é ela quem dá cor ao vinho).
Espumantes, principalmente Champagnes, são belos exemplos de vinhos brancos que levam uvas tintas. Mas vale lembrar que algumas uvas, como a Alicante Bouschet, são conhecidas por ter a polpa e o suco já tintos (por isso também são chamadas de uvas tintureiras), enquanto a maioria das uvas tem polpa e suco branco.
O VINHO ROSÉ OBTÉM-SE ATRAVÉS DA MISTURA DE VINHO TINTO E VINHO BRANCO
O fato é que o vinho rosé é produzido a partir de uvas tintas. Por que ele fica com essa cor rosada? Isto acontece porque existe pouco contacto com as películas das uvas no processo de produção. Os vinhos rosés podem ser produzidos a partir de vários métodos:
Método de prensagem direta - Nesse método, as uvas tintas são prensadas delicadamente (tal como na produção de vinhos brancos) permitindo que o mosto (suco) seja levemente colorido pelos pigmentos das cascas. Depois, ele segue para fermentação em branco (sem as cascas). Costuma resultar em vinhos delicados e de cores muito claras.
Método de maceração curta - Aqui os vinhos seguem a forma de produção dos tintos, porém, as cascas ficam em contato com o mosto (maceração) por curto período de tempo, horas geralmente. Esse processo pode ocorrer antes da fermentação (maceração pré-fermentativa) ou durante a fermentação, com as cascas sendo, então, separadas do mosto que segue com a fermentação em branco.
Método de sangria - É o método no qual as uvas tintas seguem o processo de produção de vinhos tintos. Porém após certo período de maceração com o líquido tendo atingido uma coloração rosada, parte do mosto é separada e segue para fermentação em branco, e o restante do mosto que ficou no tanque com as cascas segue a fermentação para resultar em um tinto. Resulta em um rosé mais escuro, mais alcoólico e com mais corpo. Muitos o consideram um subproduto do vinho tinto.
Método de corte - Esse é aquele em que literalmente se mistura uma parte de vinho tinto a um vinho branco. Países como a África do Sul e Estados Unidos, por exemplo, permitem essa técnica, que é proibida na Europa. Esse é justamente o método ao qual muitos atribuem resultados de má qualidade, contudo, se pensarmos na quantidade de variedades de uvas que existem, abre-se um número enorme de possibilidades.
Sempre vale lembrar que a qualidade de um vinho se deve muito à qualidade da matéria-prima e às escolhas de quem o produz, sendo assim qualquer método de produção poder resultar ou não em algo satisfatório.
Método de cofermentação - Utilizado em raros casos (rosados da D.O. Cigales, por exemplo), consiste em misturar uvas tintas e brancas fermentando-as em conjunto. É um método que oferece certa dificuldade de controle sobre os resultados.
Independente da forma de fazê-los, os rosés , em que não é obrigatório a menção do método de produção, têm ganhado espaço em todo o mundo, sendo produzidos em diversos países e regiões, além daquela que é para muitos a maior referência em vinhos rosés, a Provence, na França. Uma região única em que cerca de 89% de todo vinho produzido é rosé.
Saúde!!!
Aproveite para comentar se gostou ou não!!!
(baseado em artigos disponíveis na internet e minhas considerações)
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