Wu Zetian;(624-705), conhecida como Imperatriz Wu, foi a única mulher na história que ocupou o trono imperial na qualidade de Imperador. Embora outras mulheres tenham tido influência sobre o poder, com posição de imperatrizes consortes ou regentes, a Imperatriz Wu foi a única que reinou como soberana, chegando a proclamar a sua própria dinastia, que interrompeu brevemente a dinastia Tang, que seria restaurada após a sua abdicação forçada, poucos meses antes da sua morte.
De concubina imperial ao posto de imperador, o caminho de Wu Zetian ao poder foi marcado por grandes desafios e muito jogo de equilíbrio, combinados a uma mente de estrategista e, em alguns casos, sangue frio. Embora exercesse grande influência nas decisões do marido, o imperador Gaozong, em público ela procurava manter a imagem de esposa virtuosa e respeitável. Tendo conseguido eliminar seus inimigos, incluindo a antiga imperatriz, Lady Wang, ela havia se tornado de fato a mulher mais poderosa da China medieval.
Uma vez que recebera do pai uma educação elevada, para Wu, as barreiras que dividiam os sexos eram menores do que a sociedade de seu tempo estava preparada para aceitar. Sua história nos serve, portanto, para repensar as relações de gênero estabelecidas na China do século VII, visto que Wu começou a desprezar as antigas convenções sociais, que, por sua vez, delimitavam os espaços e papeis que deveriam ser desempenhados por homens e mulheres.
Após o falecimento do imperador, seu filho com Wu assumiu o trono como Zhongzong. Por intervenção de sua esposa, Lady Wei, o novo imperador se recusou a governar com o auxílio da mãe. O pai da nova imperatriz consorte fora nomeado primeiro ministro, procurando favorecer aos interesses de sua família. Para Wu, essa situação era insustentável. Enraivecida pelo desprezo da nora e a indiferença do filho, ela conseguiu com que Zhongzong fosse acusado de traição e, como punição, fora condenado ao exílio na companhia da esposa. O trono passou então para as mãos do segundo filho de Wu, Ruizong. Este tampouco se mostrara um sucessor a altura do cargo que ocupava, para frustração de sua mãe. Em 690, Wu forçou este segundo filho a abdicar do posto de imperador, assumindo ela mesma o cargo como Wu Zeitan, imperador da China. Foi a primeira (e única vez) em que uma mulher se sentou no trono do dragão, governando diretamente, e não através de homens. A escolha do seu nome como imperador, “Zeitan”, significava “governante dos céus”. “Wu”, por sua vez, poderia ser traduzido como “arma” e/ou “força militar”. Com isso, ela pretendia passar para a população o nítido recado de que uma nova ordem havia chegado ao império.
Tanto em vida quanto na morte, ela permanece uma figura controversa. Até hoje, seu túmulo, localizado num lugar simplório e de difícil acesso em Qian County (província de Shanxi) permanece inviolado, seja por salteadores ou por arqueólogos. Ali repousam os restos da primeira e única mulher na história que usou o título de imperador da China.
Para Refletir
“De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo algumas necessidades, antes fundamentais e que hoje chegam a ser insignificantes. Vai reduzindo a bagagem e deixando na mala apenas as cenas e pessoas que valem a pena.
As opiniões dos outros são unicamente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não têm a mínima importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois com o tempo já não temos mais certeza de nada. E de repente isso não faz a menor falta.
Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, mas sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego. É viver sem medo, e simplesmente fazer algo que alegra o coração naquele momento. É ter fé. E só.” (Elaine Matos)
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