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Foto do escritorespaco horizonte

Águas Marinhas estavam entre as Joias preferidas da Rainha Elizabeth II


O conjunto completo de Águas Marinhas da Rainha



Quando ainda muito jovem, devido a atividade de meus pais, morei em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte, chamada Alexandria, onde tive meu primeiro contato, com pouco mais de 5 anos de idade, com as belas Águas Marinhas.


Meu pai, cuja paixão por gemas preciosas, motivou-me desde tenra idade no assunto, me levava em garimpos, lapidários e trazia em nossa casa, amigos, negociantes e entendedores, cujos diálogos, sobre pedras preciosas, me despertavam enorme interesse.


Certa vez, ainda em Alexandria, acompanhei meu pai ao Hospital da cidade, onde visitamos um senhor, cujo nome não recordo e que nos mostrou seu tesouro, do qual, não se separava, mesmo enfermo: Uma Água Marinha. A pedra estava debaixo de seu leito, envolta em um lençol. Enquanto escrevia este artigo, com receio de exagerar, liguei para meu para me certificar, e de fato, era uma gema de tamanho impressionante, cujo destino, infelizmente não sei qual foi, mas aquela imagem e cor, nunca abandonou minhas lembranças.



Água Marinha em estado bruto



Pesquisando sobre joias, na busca de inspiração, para novas criações, me deparei com o trabalho da Jornalista Leslie Field, que trabalhou certo tempo com a família real Britânica e que devido à proximidade que teve, pode constatar que a Rainha Elizabeth II, tem uma relação muito sentimental com suas joias, e que apesar de seu vasto acervo, a monarca usa sempre apenas 30 peças de sua coleção, dentre elas seu conjunto emblemático de Águas Marinhas, que pasmem, são brasileiras!


Em 1953, quando de sua coroação, a Rainha Elizabeth II, recebeu de presente, pelas mãos do Embaixador Assis Chateaubriand, em nome do Presidente Getúlio Vargas um colar e um par de brincos. Posteriormente em 1958, a Rainha foi presenteada pelo governo Brasileiro com águas Marinhas com um bracelete para compor o set, que novamente aumentou quando de sua primeira visita ao Brasil em 1968. A Rainha ficou tão fascinada com as joias que mandou confeccionar uma tiara com a bela gema azul, sendo este um de seus conjuntos favoritos, cujo colar, Leslie Field descreve da seguinte forma: “nove grandes aquamarinas oblongas cada uma em um ajuste de pergaminho de diamante com uma queda de pingente de água-marinha oblonga ainda maior”.



A Rainha Elizabeth II da Inglaterra usando os presentes brasileiros



O Brasil é o maior produtor de Águas Marinhas do Mundo, cujas maiores explorações estão nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rondônia e Rio Grande do Norte. Na década de 50, foi encontrada em Resplendor – MG a maior água marinha até então catalogada, com 110 kg, a qual, devido sua beleza, foi denominada "Martha Rocha", a Miss Brasil da época.


Décadas depois, uma nova Água Marinha foi encontrada, ganhando, até hoje o status, de maior do mundo. Com 149,1 Kg, a gema foi encontrada no Rio Grande do Norte na cidade de Tenente Ananias, que por coincidência, ficava há menos de 30 minutos de Alexandria, onde morei, o que me faz indagar se a lembrança que descrevi da infância se refere à este recorde. Fica agora a dúvida! A única certeza a respeito que tenho é que as Águas Marinhas são pedras de extrema beleza e encanto, cuja tonalidade varia do azul ao verde, símbolo da riqueza natural de nosso país e que estavam entre as joias favoritas da finada Rainha Elizabeth II da Inglaterra.



Matéria de David Faria para o @espacohorizonte



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